domingo, 13 de novembro de 2011

JOGOS ESPORTIVOS COLETIVOS (JEC)




Os jogos esportivos coletivos se caracterizam pelo confronto por equipes, sendo delimitados pelo espaço, tempo e situação, contendo um sistema de referências com vários componentes, como colegas, adversários, bola, campo de jogo etc.

Apresentam uma grande importância técnica-tática, fazendo com que o atleta/aluno elabore planos de situações de acordo com as ações técnicas adquiridas, em busca da melhor estruturação motora para atingir um objetivo.

Nos JEC são exigidos um raciocínio individual e coletivo, capacidades cognitivas e tomada de decisão, capacidades perceptivas, físicas, psicológicas, cognitivas, coordenativas, motoras, técnico-táticas entre outras.



"Os JEC são dotados dos elementos constitutivos do rendimento esportivo em uma contínua relação no contexto tático-situacional "(Morales,2007), e também de um contexto ambiental composto de estratégias , devida à elevada imprevisibilidade, aleatoriedade e variabilidade onde, os atletas devem apresentar tomadas de decisões altamente eficazes . Como exemplo desses jogos podemos citar o basquete, o handebol, vôlei, futsal futebol, entre outros.


De acordo com Garganta (2000), diz que  “no contexto dos jogos desportivos, jogadores e equipes, face a determinadas formas de oposição e baseados na coesão coletiva procuram, na maior economia possível de meios e processos, a partir do efeito surpresa, criar oportunidade para fazerem com que o móbil do jogo atinja, com êxito, o alvo adversário e evitarem que atinja o seu”.

Os métodos utilizados para o aprendizado dos JEC podem ser realizados através de:
  • Pequenos jogos, onde são utilizados jogos para desenvolver a compreensão do jogo com maior objetividade.
  • Jogos situacionais, composto por jogadas básicas extraídas de situações padrões de jogo, com aspectos técnicos importantes.
  • Estruturas funcionais, que objetiva-se o trabalho de opções técnico-táticas frente a diferentes estruturas da ação nas situações de: 1X0, 1X1, 1X1+1, 2X1, 2X2, 2X2+1, 3X2, 3X3 (Greco, 1998). Entre outros.

Para Greco (1998), em todo esporte coletivo existe confronto, momentos de oposição e cooperação. E conforme aumenta o número desses momentos, de forma simultânea, temos o aumento da complexidade.




Referências:

MATOS, Jeferson. Ensino-Aprendizadem para o desenvolvimento das capacidades  de jogo no handebol. 2010



domingo, 30 de outubro de 2011

PSICANÁLISE: Estruturas dinâmicas da personalidade


Por volta de 1920, Freud formulou o modelo topológico, onde o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.

Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo aquilo de que estamos cientes num dado momento. O pré-consciente foi concebido como articulado com o consciente e funciona como uma espécie de barreira que seleciona aquilo que pode ou não passar para o consciente. O sistema inconsciente é onde estariam os elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de “resistência” e “repressão”.

Esse conteúdo “resistência” não é permitido ser lembrado, mas não é perdido, permanecendo no inconsciente, ela mantém uma força que se opõe a percepção do consciente, mantendo assim o evento traumático inconsciente, protegendo o indivíduo da dor e dos sofrimentos que seriam trazidos juntos com o seu conhecimento. O conteúdo de “repressão”, era a força que se mobilizava para que o indivíduo não fosse ferido, tirava da consciência a percepção de seus acontecimentos, cuja dor não suportaria, sendo então uma conseqüência lógica da resistência.

O modelo Topográfico apenas, não conseguia explicar muitos fenômenos psíquicos, Freud então elaborou o “Modelo dinâmico da estruturação da personalidade” onde se dividia a mente em três instâncias psíquicas: o id, o ego e o superego.

  • O Id

É o reservatório de energia do indivíduo, que anima a operação dos outros dois sistemas (ego e superego), constituído por um conjunto de reservas inconscientes dos desejos e impulsos de origem genética, voltados para a preservação e propagação da vida. Contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento. Do ponto de vista "topográfico", o inconsciente, como instância psíquica, virtualmente coincide com o id, definia-o como o conjunto dos desejos reprimidos.

Portanto, os conteúdos do id, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro lado, adquiridos e recalcados

  • O Ego

Desenvolve-se a partir de uma instância que se diferencia a partir do Id, servindo como intermediário entre o desejo e a realidade. O ego lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Desempenha a função de obter controle sobre as exigências das pulsões, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou reprimindo parcial ou inteiramente as excitações pulsionais.

Assim, a função do ego é tentar conciliar a reivindicação das três instâncias a que serve, ou seja, o id, o mundo externo e o superego. Para Freud, estamos divididos entre o princípio do prazer (que não conhece limites) e o princípio de realidade (que nos impõe limites). Com referência aos acontecimentos externos, o ego desempenha sua função armazenando experiências sobre os diferentes estímulos na memória e aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo em seu próprio benefício. O ego é como um sistema adaptativo.

  • O Superego

Desenvolve-se a partir do ego, em um período que Freud designa como período de latência, situado entre a infância e o início da adolescência (Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social). É responsável pela estruturação interna dos valores morais.

O superego se divide em duas partes complementares, o Ego Ideal e a Consciência Moral, o primeiro tende a impulsionar o indivíduo na obtenção de valores adquiridos dentro do grupo cultural, e o segundo corresponde a internalização das proibições. O superego estabelece a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão psíquico da repressão, particularmente a repressão sexual.




Referências:

LIMA, Andréa Pereira. O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia. Rev. psiquiatr. clín. vol.37 no.6 São Paulo 2010

DAVIS, Cláudia; RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha. Teoria do desenvolvimento, vol.1, p. 11-29.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

OVERTRAINING

A síndrome de Overtraining é uma condição caracterizada por um excesso de treinamento responsável pelo surgimento de um conjunto de sinais e sintomas, em resposta a um planejamento inadequado do treinamento esportivo, tendo como principal sintoma a queda do desempenho.

Há dificuldade de se determinar um único fator capaz de desencadear a síndrome de overtraining, uma vez que ela se trata de um processo multifatorial.

“O tratamento para o síndrome de Overtraining é feito por meio da interrupção do treinamento, pausa essa que pode durar de semanas a meses” (Lehmann et al, 1993). Sendo assim a melhor forma de tratamento é a prevenção, com a orientação de um profissional que planeje ciclos de treinamentos adequados.

✔ A melhor forma de tratamento é a prevenção!

Teoria da supercompensação

Acredita-se que da síndrome de Overtraining esteja diretamente relacionada com uma estratégia de treinamento, denominada “teoria da supercompensação" que se fundamenta no princípio da sobrecarga progressiva. Essa teoria afirma que as reservas energéticas gastas durante o processo de contração muscular são refeitas ou repostas apenas no período de recuperação, ou seja, de descanso.

Essa reposição, por sua vez, não é feita em proporção igual à condição anterior ao exercício, mas acima dessa condição, o que caracteriza o processo de supercompensação (2). Neste processo, utiliza-se a estratégia de reduzir os períodos de recuperação entre uma sessão de treinamento e outra, a fim de se atingir o período de supercompensação apenas em momentos específicos, como no final de uma temporada de treinamento ou previamente a um evento competitivo específico.

Contudo, a interrupção antecipada dos períodos de recuperação, aliada ao aumento progressivo do volume ou da intensidade de treinamento, torna a rotina do atleta cada vez mais extenuante. Essa "exaustão" temporária induzida pelo excesso de treinamento é denominada Overreaching,que é uma condição facilmente recuperada em curto prazo e caso não seja controlado representa um estágio anterior à da síndrome de Overtraining.

Overreaching: Quando intenso e prolongado leva ao Overtraining.

Mecanismo de Supercompensação:

Todavia, nem sempre é observado o resultado esperado dessa estratégia de treinamento, ou seja, a supercompensação seguida de melhora do desempenho. Infelizmente, em diversos casos os atletas submetidos a essa sobrecarga de treinamento não se recuperam da maneira planejada e passam a apresentar os sintomas da síndrome de overtraining,que causam alterações fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e imunológicas, tais como fadiga generalizada, depressão, apatia, dores musculares e articulares, infecções do trato respiratório superior e diminuição de apetite, dentre outros

A síndrome de overtraining pode acometer tanto atletas engajados em exercícios de endurance quanto aqueles envolvidos em programas de treinamentos de força e velocidade. Embora ambos os quadros sejam considerados overtraining, acredita-se que os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento dessa síndrome em atividades aeróbias e anaeróbias sejam distintos.









Referências:

ROGERO, Marcelo M.; MENDES, Renata R.; TORAPEGUI, Júlio. Aspectos neuroendócrinos e nutricionais em atletas com Overtraining.

NAKAMOTO, F. Conseqüências Fisiológicas do Overtraining.




"Trabalho apresentado na Faculdade de Educação Física da Universidade de Itaúna, na disciplina Psicologia do Esporte."

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Burnout - Síndrome do Esgotamento Profissional




O Burnout é uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica no trabalho, caracterizada pelo esgotamento físico e mental, onde o trabalhador passa por um sentimento de fracasso e exaustão causado por excessivo desgaste de energia, derivando em comportamentos de fadiga, irritabilidade, depressão, aborrecimento, sobrecarga de trabalho, rigidez e inflexibilidade.



Geralmente o Burnout é desenvolvido como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação. De acordo com FRANÇA (1987), GALLEGO e RIOS (1991), ODORIZZI (1995), MASLACH e LEITER (1997), ALUJA (1997), GATTO (2000) e BENEVIDES-PEREIRA (2002) as reações provocadas no organismo associada à síndrome são:

  • Físicas: Como fadiga; insônia; dores musculares; enxaquecas; transtornos cardiovasculares; distúrbios do sistema respiratório; disfunções sexuais.
  • Comportamentais: irritabilidade; agressividade; perda da iniciativa; suicídio.
  • Psíquicas: falta de atenção e concentração; alterações de memória; impaciência; baixa auto-estima; desânimo, depressão.
  • Defensivas: tendência ao isolamento; perda do interesse pelo trabalho (ou até pelo lazer); ironia, cinismo
Essa síndrome afeta principalmente as pessoas que trabalham em contato direto com outras, é possível destacar três dimensões na qual se apresenta (MASLACH e JACKSON, 1981):
  • Exaustão emocional: sensação de esgotamento tanto físico quanto mental, sentimento de não dispor de energia para absolutamente nada.
  • Despersonalização: alteração da personalidade do indivíduo, levando o professor ao desenvolvimento de atitudes negativas, cínicas e insensíveis frente aos alunos e colegas de trabalho;
  • Falta de realização pessoal no trabalho: tendência em avaliar o próprio trabalho de forma negativa. As pessoas se sentem infelizes e insatisfeitas, consigo mesmas e com seu desenvolvimento profissional.






Referências:

SILVA, F. - Burnout: Um desafio à saúde do trabalhador. Psi- Revista de Psicologia Social e Institucional. Vol.2, n° 1, 2000.

BENEVIDES-PEREIRA, A. - O estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica InterAção Psy. Ano 1, n° 1, 2003, 4-11. SANTINI Joares; NETO, Vicente. A síndrome do esgotamento profissional em professores de educação física: um estudo na rede municipal de ensino de Porto Alegre. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.19, n.3, set. 2005



"Trabalho apresentado na Faculdade de Educação Física da Universidade de Itaúna, na disciplina Psicologia do Esporte."