domingo, 30 de outubro de 2011

PSICANÁLISE: Estruturas dinâmicas da personalidade


Por volta de 1920, Freud formulou o modelo topológico, onde o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.

Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo aquilo de que estamos cientes num dado momento. O pré-consciente foi concebido como articulado com o consciente e funciona como uma espécie de barreira que seleciona aquilo que pode ou não passar para o consciente. O sistema inconsciente é onde estariam os elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de “resistência” e “repressão”.

Esse conteúdo “resistência” não é permitido ser lembrado, mas não é perdido, permanecendo no inconsciente, ela mantém uma força que se opõe a percepção do consciente, mantendo assim o evento traumático inconsciente, protegendo o indivíduo da dor e dos sofrimentos que seriam trazidos juntos com o seu conhecimento. O conteúdo de “repressão”, era a força que se mobilizava para que o indivíduo não fosse ferido, tirava da consciência a percepção de seus acontecimentos, cuja dor não suportaria, sendo então uma conseqüência lógica da resistência.

O modelo Topográfico apenas, não conseguia explicar muitos fenômenos psíquicos, Freud então elaborou o “Modelo dinâmico da estruturação da personalidade” onde se dividia a mente em três instâncias psíquicas: o id, o ego e o superego.

  • O Id

É o reservatório de energia do indivíduo, que anima a operação dos outros dois sistemas (ego e superego), constituído por um conjunto de reservas inconscientes dos desejos e impulsos de origem genética, voltados para a preservação e propagação da vida. Contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento. Do ponto de vista "topográfico", o inconsciente, como instância psíquica, virtualmente coincide com o id, definia-o como o conjunto dos desejos reprimidos.

Portanto, os conteúdos do id, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro lado, adquiridos e recalcados

  • O Ego

Desenvolve-se a partir de uma instância que se diferencia a partir do Id, servindo como intermediário entre o desejo e a realidade. O ego lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Desempenha a função de obter controle sobre as exigências das pulsões, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou reprimindo parcial ou inteiramente as excitações pulsionais.

Assim, a função do ego é tentar conciliar a reivindicação das três instâncias a que serve, ou seja, o id, o mundo externo e o superego. Para Freud, estamos divididos entre o princípio do prazer (que não conhece limites) e o princípio de realidade (que nos impõe limites). Com referência aos acontecimentos externos, o ego desempenha sua função armazenando experiências sobre os diferentes estímulos na memória e aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo em seu próprio benefício. O ego é como um sistema adaptativo.

  • O Superego

Desenvolve-se a partir do ego, em um período que Freud designa como período de latência, situado entre a infância e o início da adolescência (Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social). É responsável pela estruturação interna dos valores morais.

O superego se divide em duas partes complementares, o Ego Ideal e a Consciência Moral, o primeiro tende a impulsionar o indivíduo na obtenção de valores adquiridos dentro do grupo cultural, e o segundo corresponde a internalização das proibições. O superego estabelece a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão psíquico da repressão, particularmente a repressão sexual.




Referências:

LIMA, Andréa Pereira. O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia. Rev. psiquiatr. clín. vol.37 no.6 São Paulo 2010

DAVIS, Cláudia; RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha. Teoria do desenvolvimento, vol.1, p. 11-29.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ótimo artigo sobre a Psicanálise Freudiana. Bem resumida, mas nos inspira a leitura da obra.